Férias (3) Desventuras dum lince ibérico

Quando ia a sair descobri que faltava um espigão que trava a esfera do carro e que deve ter ficado em cima da bancada da garagem à espera da compra de uma molinha de travamento. Na véspera tinha experimentado tudo... menos a montagem da esfera no carro. O princípio de Peter em acção, como sempre...
Lá conseguimos encontrar um lojista simpático que abriu a loja de ferragens de propósito para me vender uns parafusos, chaves e porcas.
Como sempre, nas viagens de carro fala-se muito – eu não... prefiro mesmo é ficar calado, a ver a paisagem e a pensar... a viajar no mundo de fora de mim e no mundo dentro de mim simultaneamente. Mas lá vou ouvindo e participando nas conversas com aquelas respostas monocórdicas...
Soube assim que o lince da Malcata vai ser ‘deslocado’ para outra zona do país por decisão esclarecida do governo do Sócrates. O Estaline desterrou os cossacos para a Sibéria, por terem mostrado a sua simpatia pelos invasores alemães durante a 2ª grande guerra. O nosso Sócrates não conseguiu arranjar melhor do que desterrar o lince lusitano.... que será que o pobre animal lhe fez? Será que o homem não gosta de gatos?

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Depois de uma viagem sem incidentes acabámos por chegar a Ciudad Rodrigo. Tem um camping central, fixe, cosy e asseadinho. Barato - tudo por 22€. Instalámo-nos.
De noite fomos caminhar até Ciudad Rodrigo – é uma terriola simpática... muitos bares, muitos espanhóis com ar suspeito e muitas ‘hermanas jovencitas' com bom ar :-). Os gajos têm maioritariamente ar de chulo...
Depois de jantar deixámos os putos na caravana a embirrar um com o outro e fomos passear. Atravessámos a ponte sobre o Águeda (!), entrámos na muralha, subimos pelas ruelas e tomámos um café com hielo numa esplanada na Plazza Mayor e regressámos à caravana porque lá no topo estava a ficar vento e frio.