sábado, 28 de junho de 2008

Sobre os exames nacionais como instrumento de reforma educativa (****)


Por vezes falta-me a pachorra para estas discussões... mas nunca desprezo uma boa provocação.

É evidente que nesta era de individualismo e neo-liberalismo galopantes os exames se vão instalar e ficar por uns tempos... para acabarem por ser retirados de cena daqui a uns anos - sempre para glória reformista dos responsáveis políticos que tomarem a decisão. São uma óptima maneira de parecer que se está a fazer alguma coisa e manter os media ocupados - quando na realidade se continua com a cabeça debaixo da areia e não se faz o que precisa de ser feito. Só que para iso era preciso tempo (coisa que os políticos não têm) e saber o que fazer (coisa que os políticos também não sabem).

Os académicos que acenam as vantagens reformadoras e reguladoras dos exames e que - por eles - examinariam os alunos em todos os anos e a todas as disciplinas e até várias vezes por ano, esquecem - ou escamoteiam - que a abordagem dos sistemas educativos mais avançados que o nosso é totalmente diferente. São infelizmente professores do Ensino Superior português que só está agora a ser trazido para a modernidade por Bolonha. Coitados, não sabem mais do que isso.

Meu Deus... mas alguém que tenha andado na Universidade duvida da falta de preparação pedagógica da maioria esmagadora dos seus docentes? Porque então lhes estão sempre a perguntar coisas que eles não sabem?

A tal Finlândia com a qual os nossos políticos ignorantes (ou ignorantes políticos) estão sempre a acenar utiliza os exames parcimoniosamente, por exemplo. Antes incentiva os alunos e os profissionais da educação de muitas outras formas e usa essa e outras formas de avaliação como uma maneira de detectar as falhas do sistema em GARANTIR O SUCESSO DOS ALUNOS - Esse é o objectivo deles, não é seriar nem excluir. A nossa sociedade tem que ser construída com todos e ser inclusiva porque não nos podemos dar ao luxo de excluir ninguém - sobretudo nestes tempos de concorrência desenfreada entre economias. Já pensaram quanto nos custa a todos cada um dos agricultores ignorantes que temos? ou cada um dos elementos dos gangues urbanos? ou cada um dos assessores e promitentes assessores que enxameiam os partidos do centrão à espera de um tacho?

Mas nós - claro - temos sempre que ser diferentes, e nada como usar uma solução do século XIX para tentar resolver um problema do século XXI.

Não há pachorra, mesmo. De novo a solução vai ser deixar passar uns anos e esperar que outro decisor político 'descubra' que a solução é copiar o que outros mais bem sucedidos que nós já estão a fazer há muito e reforme os exames para outro papel, bem diferente deste.

Mas o problema dos responsáveis actuais é que andam a copiar as soluções educativas do hemisfério errado... e esquecem-se que não estão na América Latina... onde talvez desejassem estar (Freud explica...) :-)

PS: Entretanto lembrei-me que os nossos clarividentes decisores políticos que tão lestos foram a introduzir os exames como instrumento de reforma do sistema são os mesmos das iniciativas como as Novas Oportunidades.... em que, sem exames (!!!), sem escolas(*), sem aulas (**) e sem professores (***) se atribuem diplomas do 9º ano e do 12º ano em algumas semanas.
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(*) Muitos dos Centros de Novas Oportunidades estão sedeados em instituições que não são escolas. Os (ir)responsáveis do Ministério da Educação que permitiram esse facto e que criaram um quadro de financiamento ligado ao número de creditações que cada centro consegue devem estar a perceber a borrada que cometeram porque agora andam a forçar as escolas oficiais a abrirem centros.... assim a coisa sempre fica mais diluída...

(**) Eu sei que é incrível, mas pode acontecer... aliás, de que outra maneira é que acham que se conseguiriam os 200.000 de diplomados que a tutela acena desde o princípio deste programa?

(***) Eu sei que isto depende do que se entende por um professor.... se calhar eu sou muito esquisito, mas gosto de só considerar professores aqueles que têm habilitações académicas e profissionais para leccionar numa escola oficial.

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(****) Comentário a artigo no Ciência Hoje em: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=26675&op=all

A não perder...

http://entratenamente.blogspot.com/2008/06/com-um-abrao-adelina-machado-e-outro-ao.html

Claro....

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Há muitos, muitos anos....

vi isto num palco de um teatro em Londres... (1977? será?)

She comes in colours....

Angie


Não me esqueço da capa deste single... mas não a consigo encontrar na net :-(

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Abandono escolar

terça-feira, 17 de junho de 2008

Diálogo planetário


O marido ao chegar a casa diz à mulher:
- Querida hoje vou amar-te...!!!!
Responde a mulher:
- Quero lá saber, até podes ir a Júpiter, desde que me deixes dormir.......

terça-feira, 10 de junho de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Portugal (ou: O papagaio e o Sócrates)

Em Lisboa, um menino regressa da escola cansado e faminto e pergunta à mãe:
- Mamã, que há para comer?
- Nada, meu filho.
O menino olha para o papagaio, que têm na gaiola, e pergunta:
- Mamã, porque não há papagaio com arroz?
- Porque não há arroz.
- E papagaio no forno?
- Não há gás.
- E papagaio no grelhador eléctrico?
- Não há electricidade.
- E papagaio frito?
- Não há azeite.
E o papagaio contentíssimo gritava:


VIVA O SÓCRATES!
VIVA O SÓCRATES!
VIVA O SÓCRATES!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008