terça-feira, 23 de setembro de 2008

Vienna

Vienna

Vienna

Vienna

Não se esqueçam!!!


Só temos uma oportunidade destas de 4 em 4 anos!

Mais um(s) dia(s) de viagem

Mais uma noite quase em branco a preparar as coisas de última hora – acho que inconscientemente acabo por fazer isso de propósito. De há uns anos a esta parte tem sido quase sempre assim.

Como sempre, ao fim de uma dezena de minutos num avião fico assim como que entorpecido... Não consigo fazer nada de jeito e o tempo passa devagar, mas sem nada de distinto que o faça ser lembrado depois.

Levantámos voo da Portela (lembro-me que fiquei muito contente quando vi as asas a mudarem de forma e a aumentarem lentamente de superfície antes da descolagem :-). Seguimos o traçado do rio Tejo e foi muito bonito ver a CREL, a A1, a nova variante e Vila Franca, a ponte, a Central do Carregado. As zonas de acumulação de areia no leito formam ilhas que fazem lembrar as formas da água da chuva a escorrer. Visto de 10 km de altura, o Tejo não é muito imponente, convinhamos.

Passámos por Santarém e subimos o rio até Abrantes e Castelo do Bode. Mesmo antes de entrarmos num grande banco de nuvens pude ver o Castelo de Almourol, na ponta da sua ilha.

Passámos por Genève, e foi bonito rever o lago do alto, com o repuxo perfeitamente visível, o aeroporto na outra margem e algures entre o casario, as instalações do CERN. Dei comigo inconscientemente a procurar o traçado circular do LHC... não consegui ver.... provavelmente porque não trouxe os meus óculos de visão raio-X :-)

Tirei uma foto, mas com a quantidade de coisas que trago na mochila, foi difícil de encontrar a máquina fotográfica... eu a procurar e a paisagem a passar inexoravelmente. No meio de tanta luta deixei cair os óculos (e como é difícil apanhar o que quer que seja do chão nos espaços apertados das cadeiras dos aviões – por tudo isso a foto deve ficou com pouca definição, tremida e/ou desfocada.

A paisagem envolvente de Zurique é muito agradável, com montanhas baixinhas a transformarem-se em colinas salpicadas de quintas antigas, com aqueles telhados que não têm nada a ver com os nossos.

Na zona de aproximação da pista existem uns prados que estão aparados e plantados (ou tingidos) com plantas de várias cores por forma a transformarem-se em gigantescos outdoors – um de uma marca de canivetes suiços (ora bem....) e outro de uma marca qualquer anónima para mim.

...

A chegada a Viena foi calma – era noite e o aeroporto pareceu pequeno - mais pequeno que a Portela. Mas tudo limpo e organizado. Todo o tratamento pessoal foi mais simpático do que na Alemanha (ou Suiça) – aparentemente eles exportaram o conceito de nazi para ser aperfeiçoado no estrangeiro e não têm feito o upgrade da versão local.

Rapidamente me informaram como chegar ao comboio – parecia complicado o que li várias vezes no guia turístico para ter a certeza que compreendia bem, mas afinal é muito simples: os diferentes transportes públicos (autocarros, comboios, eléctricos e metropolitano) estão unificados ao nível dos bilhetes (mas onde é que eles foram inventar uma coisa destas?.... devem ser parvos.... não vêm que assim facilitam desnecessariamente a vida dos utentes?) e existem várias zonas concêntricas em Viena. A parte central, em que um bilhete de uma viagem custa 1,7 €, a zona 2, que inclui o aeroporto, em que o bilhete custa 3,4 €. Barato.. pois.... esperem só até saber o preço dos combustíveis e vão ficar a saber o que a má gestão e a ganância da nossa classe dirigente nos custa no dia-a-dia.

Não foi imediato perceber como funcionam as máquinas de bilhetes mas descobri que posso pagar com o cartão multibanco (hei!!!!). Depois esqueci-me de validar o bilhete mas tive sorte.... não fui apanhado :-). A viagem de comboio durou cerca de meia hora e foi..... escura :-) Já era noite cerrada.

Mudei para o metro numa estação colada ao Prater. Simples, despida, funcional, impecavelmente limpa.... apesar de não se verem muitos caixotes do lixo, o que só vem provar que a higiene (também) vem de dentro para fora. Ao longo destes dias andei muitas vezes com o lixo no bolso durante muito tempo antes de encontrar um caixote para o despejar. Ou então sou eu que sou distraído e não os via :-)

O metro também é do mesmo estilo. Tipo anos setenta ou oitenta, limpo, com ar de usado, sem luxos mas perfeitamente funcional. Um aspecto interessante é que a empresa de transportes de Viena – a VOR – coloca umas revistas (em alemão :-() com uns laços de fio de nylon numa das extremidades, para as pessoas lerem e voltarem a pendurar por debaixo das janelas. Passados cerca de 15 minutos cheguei a Reumannplatz onde – de acordo com as instruções do site da conferência teria que mudar para o eléctrico 67. Os eléctricos são fixes – parecem pequenos comboios, com uma via bastante mais larga do que a nossa e com cerca de 4 carruagens.

Os bairros que atravessámos a uma velocidade interessante (cerca de 35 km/h – eu levava o gps a funcionar, para saber quando ia chegar ao hotel para ter a certeza que saía na estação certa) são parecidos com Praga, e de certo modo com Budapeste, mas são mais sóbrios que os bairros de Budapeste e estão em melhor estado de conservação. Vêm-se alguns prédios urbanos com qualidade arquitectónica, mas a maioria apresenta uma idade indefinida que pode ir dos 30 aos 100 anos de idade.

Saímos do perímetro urbano propriamente dito e passámos a uma zona de parques e finalmente chegámos a Oberlaa e vi o Hotel.... é uma torre de 14 andares no meio de um conjunto de prédios esparsos na orla de um parque.

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Comecei o dia por volta das 9 e dei uma corridinha para chegar a tempo do pequeno almoço (terminava às 10...). O tempo estava uma merda. Chuviscos a cair de um céu que não deixava muitas dúvidas quanto ao facto deste tempo estar para ficar.

De novo acordei just in time para ir tomar o pequeno almoço antes de fechar. Estou mesmo fora de treino – estou dorido do passeio de ontem e acho que me constipei, com toda aquela chuva e frio. Mal tinha regressado ao quarto para pegar na mochila para ir até à cidade telefonou o Ben – tinha acabado de chegar ao hotel.

Acabámos por ir os dois passear até à cidade. Optei por lhe mostrar a Karlskirche, onde tinha terminado a volta no dia anterior. Tinha curiosidade em ver os pavilhões do sistema de comboio urbano que Otto Wagner tinha desenhado no início do século XX. São pequeninos, sóbrios e lindos.... arte nova minimalista e rectilínea, sem aqueles volumes arredondados de inspiração vegetal. As linhas são sobretudo rectilíneas e apenas os elementos decorativos são relacionáveis com a arte nova. O resultado final é bastante simpático... e aparenta uma economia de meios que não deixa de ser interessante.

Entrámos na Karlskirche. Tivémos que comprar bilhete, mas...Uau... valeu a pena.

Fizémos o regresso a tempo do início da conferência. Depois a rotina do costume: ida ás sessões da manhã – conversa interessante. Baldei-me assim que consegui e ida ao museu da cidade – optei mais uma vez por recomeçar onde tinha acabado: no museu da cidade de Viena.

Integrados no grupo da conferência fomos jantar na Rauthaus Keller (a cave do edifício da Câmara Municipal). A nossa anfitriã era a presidente do parlamento de Viena.

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sábado: trabalho!!!

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domingo: visita ao Belvedere.... KLIMT!!!!!! SCHIELE!!!!!
“Todos estão fartos desta guerra e só desejam que ela termine, independentemente de quem saia vitorioso. Os nossos inimigos são muito mais interessantes do que nós, e é nas pátrias deles que estão a acontecer as coisas verdadeiramente interessantes”.

Deve haver alturas em que não tem piada nenhuma ser austríaco.

Cheguei ao hotel e acabei por ficar na área da recepção a navegar na net até tarde. Li o mail, fiz pesquisa de informação sobre Klimt e Schiele (what else...) e falei com a Mi. Foi bom.

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Regresso: De novo mais um dia de viagem pela frente. Não é que não goste disto – claro que gosto – mas acho sempre que gostava já de estar lá :-) sem mais nada!

A rotina do costume: levantar, arrumar (quase tudo n)a mala. Pequeno-almoço de enfarta-brutos para ter energia para o resto do dia (vou comer mais daquelas sandwiches a bordo - uau!!!! )

O regresso de Zurique para Lisboa foi feito num avião da TAP. Que raio... então não é que me senti em casa e até achei piada ao comportamento boçal de alguns companheiros de viagem.

Estou a perder qualidades certamente....