quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

O presépio

Informam-se todos os interessados de que este ano não vai haver presépio!...
- O menino passa todo o tempo na escola.
- O burro foi dar aulas de substituição.
- A vaca foi para o ministério.
- Nossa Senhora e S. José estão a avaliar o burro.
- Os Reis Magos lançaram uma OPA sobre a manjedoura.
- Os camelos estão no governo.
- Os cordeirinhos andam tresmalhados.
- Até a estrelinha de "Belém" perdeu o brilho...

Nota: O estábulo fica devoluto para o Conselho de Ministros

BOAS FESTAS
E
FELIZ ANO NOVO

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Reunião do Projecto digiFolio em Amsterdam, Março de 2006

Conferência de Astronomia em Espinho

Um espaço notável de arquitectura exterior e interior.

Almoço em Paris


É mesmo... sair cedo de casa, apanhar o avião. Almoçar em Paris, trabalho, horas de seca à espera do avião atrazado da TAP e chegar a casa tarde.

Não deve ser nada agradável pertencer ao jetset!

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

A surpresa


Ele há coisas que não são reais e que só se vêm na publicidade, fruto da imaginação ou manipulação dos profissionais desse sector.

O Público online de dia 30 mostrava a Ministra da Educação, famosa pelo seu 'estilo impossível', a rir-se... (confesso que estou chocado... nunca tinha assistido a semelhante coisa... não terá sido apenas um esgar habilmente manipulado pelo jornalista? acho que prefiro o ar habitual dela...)



Noutro registo - totalmente distinto do primeiro, diga-se - lembro-me daquela marca que fez as delícias da minha infância e em que um bovino do sexo feminino (conforme provam os brincos que orgulhosamente exibe) mostra a sua dentadura num esgar de felicidade.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Eduardo Prado Coelho: Professores

O umbigo da Ministra da Educação deve ser tão GRANDE que não a deixa ver/ ouvir opiniões diferentes da sua. Há qualquer coisa que não está a funcionar bem no Ministério da Educação. Existe uma determinação em abstracto do que se deve fazer, mas compreensão muito escassa da realidade concreta. O que se passa com o ensino do Português e a aprendizagem dos textos literário é escandaloso. Onde deveria haver sensibilidade, finura e inteligência na compreensão da literatura, há apenas testes de resposta múltipla completamente absurdos. Assim não há literatura que resista. Há tempos, dei o exemplo da regulamentação por minutos e distâncias de determinadas provas. O ministério respondeu-me que se baseavam na mais actualizada bibliografia e que tinham tido reacções entusiásticas perante tão inovadoras medidas. Não me convenceram minimamente. Trata-se de dispositivos ridículos e hilariantes, que provocam o mais elementar bom senso.

O problema reside em considerar os professores como meros funcionários públicos e colocá-los na escola em sumária situação de bombeiros prontos para ocorrer à sineta de alarme. Mas a multiplicação de reuniões sobre tudo e mais alguma coisa não permite que o professor prossiga na sua formação científica.

Quando poderá ler, quando poderá trabalhar, quando poderá actualizar-se? Não é certamente nas escolas que existem condições para isso. Embora na faculdade eu tivesse um gabinete, sempre partilhado com mais quatro ou cinco pessoas, nunca consegui ler mais do que uma página seguida.

Não existem condições de concentração. Pelo caminho que as coisas estão a tomar, assistiremos a uma barbarização dos professores cada vez mais desmotivados, cuja única obsessão passa a ser defenderem-se dos insultos e dos inqualificáveis palavrões que ouvem à sua volta. A escola transforma-se num espaço de batalha campal, com o apoio da demagogia dos paizinhos, que acham sempre que os seus filhos são angelicais cabeças louras. E com a cumplicidade dos pedagogos do ministério.

Quando precisaríamos como de pão para a boca de um ensino sólido, estamos a criar uma escola tonta e insensata.

Neste benemérita tarefa tem-se destacado o secretário de Estado Valter Lemos. É certo que a personagem se diz e desdiz, avança e volta atrás,a maior das facilidades. Mas o caminho para onde parece querer avançar é o de uma hostilização e incompreensão sistemática da classe dos professores.Com isto prejudica o país, e prejudica o Governo, com um primeiro-ministro determinado e competente, mas que não pode estar atento a todos os pormenores. E prejudica o PS, mas não sei se isto preocupa. Vem agora dizer que o professor deve avisar previamente que vai faltar, o que no limite significa que eu prevejo com alguns dias antecedência a dor de dentes ou a crise de fígado que vou ter. E que deve dar o plano da aula que poria em prática caso estivesse em condições. Donde, as matérias são totalmente independentes de quem as ensina, basta pegar no manual, e ala que se faz tarde.

Começa a tornar-se urgente uma remodelação do Governo, mas isso é tema delicado a que voltarei mais tarde.

Professor universitário, Eduardo Prado Coelho

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

O atestado médico (por José Ricardo Costa para o jornal "O Torrejano)

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância.

Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.

Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta.

Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la?

Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico.

Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir este momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.

Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI.

O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente.

O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.

Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.

Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.

Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o "ET", que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso Henriques, que Deus me perdoe.
 
A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados.
 
Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade.

Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que eu sei. Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho.

Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade.

Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza.

Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas horríveis e fábricas desactivadas.

Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo.

Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Frase do dia



"Ser professor é como cultivar um jardim: plantamos uma flor, regamos e vemos ela a crescer...

mas depois vem uma vaca e estraga tudo!"

segunda-feira, 5 de junho de 2006

PORRA!!!!

Porra!

Estive a ler a proposta do Estatuto da Carreira Docente.
Nem vos posso confessar o que me apetece que aconteça à tutela e ao conjunto de inspirados autores que lavraram tão pérfido documento.... mas garanto-vos que se tal se concretizasse todos eles teriam dificuldades em sentar-se durante uns tempos.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Força Scollari

Uma notícia no telejornal de hoje espantou-me:

Jovens espanhóis em manifestações espontâneas (daquelas marcadas por SMS, como as que levaram à queda do governo de direita) em luta contra o elevado preço das casas e os baixos salários...e mesmo ao lado daquela Espanha há um outro país onde as casas são mais caras e os salários são mais baixos, mas onde os jovens (... e os outros...) se manifestam a favor da Selecção Nacional de Futebol.

Cada um tem aquilo que merece, não vos parece?

Por outro lado, da última vez que o país se uniu em torno dos ideais futebolísticos a coisa até correu bem - ficámos com uma dúzia de óptimos estádios que nos dão imenso jeito e o Durão Barroso fugiu para Bruxelas.... será que se conseguirmos chegar à próxima final o Sócrates também emigra?

.... é pá..... não é mal pensado.... FORÇA SCOLLARI!!!! FORÇA RAPAZES!!!!

sábado, 6 de maio de 2006

O cunho xuxalista

Mas eu não acredito...

Apesar de estar a ver com estes olhinhos que a terra há-de comer a ex-ministra da saúde do engenheiro no júri dum programa pimba da televisão pública... eu não acredito...

O cunho xuxalista de governação tem destas coisas.... ele é com cada xoque que a gente leva...

Atão a doutora vai-me trocar aquela bonita habitação construídinha sobre a arriba daquela  praia chique de Sintra (e que certamente respeita à letra a taxa de cobertura estabelecida pela autarquia...) pelo protagonismo fácil de um programa televisivo reforçador do embrutecimento nacional?

Será que não nos chega que os autarcas sejam comentadores desportivos, que os primeiros ministros sejam presidentes de clubes de futebol, que os procurados pela polícia sejam eleitos representantes do povo e que os deputados não saibam trabalhar com os sistemas electrónicos de voto?

E não será que a senhora não encontra uma ocupação mais de acordo com o seu currículo e experiência neste país que exporta para Espanha os alunos com as melhores notas, para depois importar os médicos espanhóis com as piores classificações?

Se calhar não...

Mas não deve tardar muito... é só a malta habituar-se a ver a carinha dela na televisão e vai logo a correr votar nela para que possa ocupar um cargo de responsabilidade à altura destas vocações recém reveladas.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Os porcos no meio das ovelhas


Agora há um contencioso entre o Ministro da Agricultura e os agricultores, tem sido um corropio de políticos da oposição a visitar as feiras agrícolas e a tirarem fotografias junto do povo trabalhador.

E que giro é vê-los, tão conhecedores dos problemas e das temáticas da agricultura... a botarem sentenças apesar de não saberem distinguir um repolho  duma couve de bruxelas (daquelas que eles comem durante as temporadas de deputado europeu.

É caso para nos congratularmos, no entanto, porque nem todos os dias temos ocasião de ver tantos porcos junto de tantas ovelhas... especialmente fora das campanhas eleitorais.

Apelo ao apoio popular às nobres causas

Recebi um mail a convidar a juntar-me ao cordão humano virtual que unirá Portugal à Alemanha para apoioar a nossa selecção.

Nobre causa...

É bonito ver como há tanta gente a tentar tornar ainda mais pobre o horizonte dos portugueses.

E ainda por cima, o cordão humano de que sempre me lembro sempre foi aquele que esteve associado ao apoio à causa da liberdade do povo de Timor. Custa-me muito ver tão bonita iniciativa associda à cultura actual do futebol, com seus contratos milionários, suas fugas ao fisco, seus debates' intelectuais' em horário nobre televisivo e seus autarcas e democratas de sucesso.

Será que já não faltava mais nada para emporcalhar?

segunda-feira, 6 de março de 2006

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

O regresso das mortas-vivas


QUE SUSTO!!!!! Vejam só quem aparece em 2º e 3º lugares quando se pesquisa "ministra da educação" no Google....



Mas será que nunca mais nos vamos ver livres delas?

Eu só queria uma imagem para ilustrar um outro post, não merecia isto....

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

A Maria merece... e nós?

- Mensagem envida ao Primeiro Ministro através do Portal do Governo:

Exmo. Sr.

Sou professor (e funcionário público) e por isso estive vários anos sem aumento de ordenado (até receber agora um aumento de cerca de 20% daquilo que já perdi para a inflacção nestes últimos anos) e tenho a progressão na carreira congelada até ao final deste ano.

Gostaria que me explicasse a notícia que recebi à luz dos sacrifícios que tenho estado a fazer juntamente com muitos portugueses. Nomeadamente, assinei o meu contrato profissional com os representantes de um governo tão legal e representativo dos portugueses quanto o actual, e muitos anos antes da decisão bloqueadora do meu progresso profissional tomada pela ministra da tutela - como se refere que é o caso da jornalista.

Sinceramente, acho que mereço uma explicação - e espero recebê-la do senhor, uma vez que a democracia representativa em que vivemos não considera a minha representação por parte de ninguém específico (como é o caso da democracia onde se encontra a embaixada onde a jornalista da notícia vai passar a exercer funções)... e toda a gente sabe que quando a responsabilidade é de todos, rapidamente se torna de ninguém.

Com os melhores cumprimentos

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Estranhamente apenas recebi um pdf muito bonito a dizer que a mensagem tinha sido recebida. Não recebi mais nenhuma resposta.

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Mensagem original:

A MARIA MERECE. . . é este o país e governo que temos...!!!


"De acordo com O Correio da Manhã, Maria Monteiro, filha do antigo ministro António Monteiro e que actualmente ocupa o cargo de adjunta do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai para a embaixada portuguesa em Londres. Para que a mudança fosse possível, José Sócrates e o ministro das Finanças descongelaram a título excepcional uma contratação de pessoal especializado. Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas. As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos. Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9000 euros. É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas potencialidades do nosso país, os zangados da vida que só sabem criticar a juventude, ponham os olhos nesta miúda. A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 2ª classe ou de 290 Assistentes Administrativos. O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7, 10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais. Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria já estão habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos. A nossa Maria merece. Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de 92 portugueses com um salário de 500 Euros a descontar à taxa de 20%.

Novamente, a nossa Maria merece."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

London, Janeiro de 2006

Ljubljana, 2006