quarta-feira, 24 de agosto de 2005

A Expo e os patos

No outro dia estive na Expo... a tentar arranjar lugar para estacionar o carro no meio daquelas ruelas tornadas ainda mais estreitas pelos prédios altos que continuam a surgir como cogumelos por detrás dos tapumes..

Aquilo está transformado num gigantesco estaleiro... ou um vislumbre de paraíso para os patos bravos. Já não há por onde circular nem onde estacionar, tal como nos outros bairros de Lisboa...

Enfim... tem tudo aquilo a que estamos habituados. É bom ver que o dinheiro de todos nós foi tão judiciosamente gasto no proveito de uns poucos... dos mesmos poucos do costume, aliás.

E continuam a usar as mesmas fórmulas de sempre... muito cimento e pouco espaço... Mas só eu é que reparo nisto, infelizmente. Quando vamos a qualquer cidade ou vila espanhola somos imediatamente assaltados pelas imagens de grandeza daquelas avenidas ou simples ruas que eles sabem traçar - com várias vias, passeios generosos, jardins e espaço.

Aqui, neste cantinho à beira mar plantado, resta-nos a consolação de que o bairro oriental de Lisboa, o primeiro exemplo de planeamento urbanístico centralizado desde os idos tempos do Estado Novo, e onde os apartamentos custam o mesmo que em Londres, tem avenidas com a mesma largura de becos dos bairros da periferia de Cáceres

Mas no outro dia fiquei mais sossegado. Um importante economista da nossa praça mencionou numa entrevista a irracionalidade sob o ponto de vista financeiro que constituíram as aventuras da Expo e do Mundial. Até agora nunca tinha ouvido ninguém a dizer isto... a não ser eu... e sentia-me sempre perplexo por ser eu o único a sentir isso.

Isto de ser um homem antes do seu tempo não é nada confortável...

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