quarta-feira, 24 de agosto de 2005

As férias dos portugueses

Estou em Espanha, mas tão pertinho que - para mal dos meus pecados - a malta adolescente continua a conseguir ver as telenovelas.

E ao ver o telejornal da TVI fiquei a saber que os portugueses estão cheios de sorte porque têm mais férias do que inúmeros outros povos... Do que os filipinos e os chineses, por exemplo (na Europa não, claro, mas não vale a pena falar nesses maus exemplos...).

Estranhei não falarem também de outras grandes referências sociais como o Alto-Volta ou o Burkina-Fasso... mas se calhar foi porque não conseguiram estatísticas favoráveis....

No final da notícia, aquele jornalista que escreveu aquele livro sobre o Estádio das Antas e que agora usa um corte de cabelo ridículo que o faz ficar igual ao finado Freddy Mercury (...mas sem bigode...) termina com a seguinte tirada de mestre: "E agora já se sabe porque a China e a América são o que são..."

Bom... talvez o ideal fosse mesmo começarmos por diminuir as férias ao autor da notícia... a ver se Portugal recuperava a posição que merece no ranking económico mundial. Certamente o mundo inteiro agradeceria por poder contar com mais contributos de jornalista tão informado e inspirado...

Mas o mais certo é ele acabar por ser nomeado director da Lusa por distintos serviços prestados ao Poder...

Eu já sabia que O Público era particularmente popular no tempo dos governos do (outro) engenheiro por garantir uma cobertura mais ou menos constante do que alguns ministros faziam (e também do que eles diziam que iam fazer mas que - coitados - não chegavam a fazer por circunstâncias adversas e falta de compreensão do resto do mundo...) fornecendo assim um fluxo quase constante de páginas que faziam as delícias dos gabinetes e as cabecinhas dos eleitores.

Agora parece que temos também uma televisão privada de serviço à manutenção da imagem do governo... Pois... todos não somos demais...Estamos mesmo a viver o paradigma neoliberal...

Só se fala das vantagens e benefícios associados a coisas e números e nunca a pessoas...

Valha-nos o Papa Bento...

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