quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Brideshead revisited

De regresso ao Reino Unido após menos de uma semana de ausência.

O dia hoje começou bem cedo - deitar por volta da uma e meia da manhã para despachar o possível e (impossivelmente) urgente e levantar às 4 e um quarto. Viagem solitária e feliz até Faro. Muito nevoeiro e alguma tensão mas também muito conforto e suavidade.

O nascer do sol no meio do Alentejo coberto de névoa foi um momento mágico. Não se via o sol nem se via propriamente luminosidade... mas já não estava escuro daquele lado (esquerdo) do céu. É difícil de explicar, mas houve uma altura em que não se sabia de onde vinha aquilo e o que é que estaria lá.

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Depois de duas horas de procedimentos chatos no aeroporto dormi no avião da BA praticamente toda a viagem (a garrafinha de vinho que acompanhava a sandes rasquinha e a noite anterior talvez possam explicar porquê...) e após um voo sem história eis-me de volta a Gatwick... talvez 30 anos depois...

Depois apanhei o comboio e fui a olhar pela janela (e a seguir o percurso no mapa com o GPS :-) ). O(s) verde(s) da paisagem e as sebes e as casinhas e as vaquinhas e as estações de caminho de ferro retro (parecem saídas dum conto vitoriano de Dickens). Como sempre paira ao longo da maior arte da viagem a dúvida se estou a ir no caminho certo ou me estou a perder, mas essa adrenalina só torna a coisa mais divertidP9200083a. Foi um bom mergulho em gente inglesa.. de todos os tipos e feitios... desde a bonitinha ajudante de enfermeira (?) tímida ao informático viciado que continua a teclar no computador e a falar ao telemóvel até ao último instante antes de sair na estação com a sua mochila e copo de café e a diferentes tipos de executivos: júnior, júnior+, júnior++ e sénior-

Finalmente Eastbourne, com a sua estação P9200085de caminho de ferro eduardiana, a sua praia sobre o canal com o seu molhe (parecido com o Brighton - tenho que o ir visitar amanhã...) e o seu tempo chuvoso - mesmo como eu imagino a praia em Inglaterra :-).

O funcionário da recepção do hotel falava inglês com um indefinível sotaque português - descobri depois que era galego da Corunha. O quarto tem uma grande janela que dá para uma varanda sobre a praia (vantagens de substituir a coordenadora dum projecto). Fui ter à sala da conferência e assisti à sessão plenária do Magnus Person e ao momento cultural/recreativo: um batuque de uma escola de ensino especial. Fiquei espantado com os números (de 2002) sobre a educação europeia que o Magnus citou : 20% dos jovens entre os 18 e os 24 anos abandonaram prematuramente a escola; 17,2% dos jovens com menos de 15 anos não têm as competências mínimas de leitura; só 8,5% da população adulta participa em formação contínua.


O jantar foi como habitual. Facto notável: queimei a língua com um representante da celebérrima 'cuisine' inglesa - uma coisa quentíssina com haddock como ingrediente. Atenção! haddock não é bacalhau (cod).

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