terça-feira, 25 de março de 2008

Dá gosto fazer negócios em Portugal!

E viva o nosso neo-liberalismo-socialista-socrático!

A CMVM investigou, o Expresso revelou a história, o DIAP arquivou e o 'Jornal de Negócios' recordou-a agora.No dia 9 de Março de 2007, a corretora Lisbon Brokers emitiu um "research" sobre o sector bancário, que não estava agendado para essa semana e que não foi feita pelo analista que acompanhava o sector.

Na sexta-feira, 10 de Março, quatro clientes da Lisbon Brokers compram acções do BPI: a Fundação Berardo (297.441), Patrick Monteiro de Barros (um milhão), o "hedge fund" Ruby Capital Partners (um milhão) e Leopoldo Gerardo Furtado Martins (41.500).

Na segunda-feira, 13, a Fundação Berardo compra logo de manhã mais 956.027 acções e Leopoldo Martins mais 490 mil. Nesse mesmo dia, o presidente do BCP, Paulo Teixeira Pinto, anuncia às 15h36 o lançamento de uma OPA sobre o BPI. As acções do banco, suspensas desde as 15h18, voltam a ser transaccionadas a partir das 16h10.

Os quatro clientes da Lisbon Brokers vendem tudo, obtendo as seguintes mais-valias: Fundação Berardo - 940.187,42 euros; Patrick - um milhão e 70 mil euros; Ruby Capital - 705.274 euros; Leopoldo Martins - 428.825,40 euros.

O DIAP arquivou o processo porque não foi possível comprovar que alguém tenha passado a informação sobre a OPA. Donde, foi tudo acaso, coincidência, estar no sítio certo à hora certa.

Pois.

E eu sou o Adam Smith e acredito na mãozinha invisível. Que funciona realmente, como se vê por este belo exemplo.


in Expresso, por Nicolau Santos. Março de 2008

Sem comentários: