quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dá que pensar...


Perante a realidade por detrás deste quadro ocorre-me uma série de comentários e sentimentos contraditórios. Um deles é que sinto estar a assistir a uma espécie de "vingança do chinês" - ou ao triunfo do marketing e da inovação sobre o formalismo e o imobilismo.

Comparo a Microsoft da actualidade à IBM de quando a Microsoft tomou de assalto o mercado da computação empresarial e pessoal, há uma ou duas décadas atrás. Comparo a agressividade e a inovação da Apple da actualidade à Microsoft dessa mesma altura.

Assim:
  • A Microsoft tem um peso histórico inegável e uma presença importante no mercado - como a IBM.
  • A Microsoft em um conjunto de óptimos produtos em carteira - mas nem sempre escolhe divulgar os mais interessantes. A IBM trilhou exactamente esses mesmos passos.
  • A Microsoft é uma empresa estabelecida, "cinzentona" e que transmite uma imagem de confiança associada mais à tradição e ao passado que à inovação e ao futuro.
Mas não me entendam mal - a Microsoft tem contribuído para a minha experiência de utilizador muito mais do que a Apple. A Microsoft já esteve prestes a 'perder o comboio' com o aparecimento da web (1.0), a que Bill Gates não deu a importância devida. Mas o próprio Bill Gates cedo percebeu isso e soube corrigir a rota.

Agora com a web 2.0 parece estar a acontecer o mesmo face ao Google. E se na área pessoal creiaque esteja a ter o mesmo sucesso nas múltiplas arenas em que está a travar esta guerra (Bing vs GoogleMaps, Office 2010 vs GoogleDocs), não tenho dúvida que na área empresarial ainda permanece praticamente hegegemónica.

Já os produtos tangíveis e os 'gadgets' a que a Microsoft se associa têm estado tradicionalmente votados ao desastre. Também porque ela insiste em 'matar' alguns conceitos interessantes (como o Windows CE) e não promover de forma suficientemente forte outros (como os Tablet PC). Nestes particulares assistimos então a algo estranho que é a Apple vir a ter sucesso com produtos de certa forma semelhantes e que são lançados muitos anos depois (o iPhone e o iPad).

Mas não deixa de ser irónico - sobretudo tendo em conta o investimento da Microsoft em R&D (8 vezes o da Apple) e na educação...

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