I - Para que o «Chat não chateie»!
- Permite que diferentes utilizadores de diferentes origens, meios, idades se encontrem -- Dá-nos tempo para pensar as respostas e explorar o texto de forma mais substantiva
- O que "dizemos" fica escrito (o que é bom para relembrar e ao mesmo tempo nos obriga a um maior cuidado no que escrevemos)
Tem alguns aspectos desinteressantes:
- Muito dependente da velocidade pessoal de domínio do teclado
- A maior lentidão faz com que rapidamente várias conversas cruzadas se iniciem e seja difícil uma intervenção mais cuidada (corre-se o risco de passar a oportunidade para se fazer o respectivo comentário)
- O nosso limitado domínio do teclado faz com por vezes haja tendência em superficializar os contributos, favorecendo a rapidez com que intervém
- Como fica um registo escrito, por vezes há tendência para não se ser tão aberto no que se "diz"
- Cada vez mais difícil de se gerir quanto maior é o número de participantes e menos laços os mesmos tenham já estabelecido
- Facilmente susceptível à perturbação por parte dos participantes, intencionalmente ou por falta de atenção (por exemplo, por ficarem a olhar para o teclado para escreverem a sua contribuição e enviado-a sem se aperceberem do sentido que a conversa entretanto tomou)
Outro aspecto que pode ser de sinal positivo ou negativo consoante o contexto é o de que em alguns sistemas a participação é anónima – não é este o caso do chat que se utiliza no MOODLE.
Como proceder para podermos pôr o máximo das características da Conversa a funcionar a nosso favor?
- Uma das forma de se conseguir uma conversa mais consequente é se a mesma for moderada - entendendo-se aqui "moderada" como auto-moderação (controlarmos o momento em que intervimos e se o que dizemos é coerente com o que se está a discutir), mas também com moderação externa, isto é com alguém que assume o papel de dar voz aos vários utilizadores, favorecendo assim a regulação na intervenção.
- Se pensarmos, nada de essencialmente diferente quando pensamos nos mecanismos que já temos interiorizados para usar numa reunião presencial... Não se fala ao mesmo tempo, não se muda de assunto intempestivamente, ouve-se o que os outros têm para dizer, obedece-se a quem esteja a gerir a reunião...
- Contudo o meio usado, sugere alguma atenção reforçada - tanto assim é que inicialmente surgiram regras de "etiqueta" para o IRC (durante muito tempo a tecnologia vigente e tal era a novidade e os abusos geradores de inflamadas e caluniosas discussões!).
II . Portanto que sugestões:
- Definir previamente e de forma tão clara quanto possível, qual a natureza e objectivo da conversa - convívio, trabalho, estudo... Uma abordagem mais estruturada, indicando previamente um ou mais links da Internet pode ajudar a focalizar a conversa.
- Pensar antes de escrever e fazê-lo de forma esforçadamente sintética.
- Não introduzir comentários no meio da conversa que não estejam no âmbito do que foi combinado conversar, nem fazer comentários apenas dirigidos a uma pessoa - está-se numa reunião colectiva. Evitar, por exemplo: "Ana, logo sempre nos encontramos no chat para fazer o resto da tarefa?".
- Segmentar as frases mais compridas, para evitar que os restantes elementos pensem que não desejamos intervir, sinalizando que ainda não terminámos a frase: por exemplo usando a interrupção numa altura em que a frase não está claramente completa e recorrendo às reticências.
Por exemplo:
"Aqui está um exemplo de uma frase extremamente comprida e que a não ser segmentada poderá levar os restantes participantes a pensar que não estou a tencionar participar e quando finalmente o fizer pode ser já fora de contexto." versus "Aqui está um exemplo de... / uma frase extremamente comprida e que... / a não ser segmentada poderá levar os... / restantes participantes a pensar que... / não estou a tencionar participar e... / quando finalmente o fizer pode... / ser já fora de contexto. ." ("/" representa o momento em que enviamos a mensagem. Notar o ponto final no início da linha para simbolizar o fim da intervenção). - Manter uma janela do Bloco de Notas aberta, onde possamos tirar apontamentos que poderemos eventualmente usar na conversa (evitando frases longas que "paralisarão" a discussão já que todos os participantes as procurarão ler).
- Se for moderador, procure ter a certeza que dá oportunidade a todos de se expressarem.
- Se for moderador, não ter receio de ter um número reduzido de "conversas cruzadas" (duas, três no máximo).
- Sempre que pareça adequado para clarificar, refira-se aos participantes pelo nome ou ao assunto a que se pretende referir: "João, quanto ao que disseste...", "Há pouco referiram a comunidade como factor de..."
- Se for organizador, considere que uma conversa poderá ser re-arranjada para maior clareza: colocar comentários sobre o mesmo assunto ao pé uns dos outros, sobretudo se forem respostas; retirar mensagens de sistema (que registam as entradas e as saídas dos utilizadores por exemplo) e publicada para futura referência. Levantadas algumas questões mais operativas, de que forma podemos orientar a conversa que estamos a preparar?
III. Uma forma de estruturar a discussão
O formando A faz uma breve intervenção sobre o seu projecto/trabalho com as TIC, referindo:
- o contexto de utilização das TIC a que se vão referir – em que curso, ano de escolaridade, disciplina ou área curricular, os programas utilizados, com ou sem Internet;
- para que têm sido utilizadas as TIC – para fazer o quê?
- como têm sido utilizadas as TIC? - Exemplos: como facilitadoras da escrita? Na resolução de problemas? Na simulação de actividades experimentais? Em projectos colaborativos e de interacção com outros? Recorrendo a uma plataforma on-line como apoio ao trabalho presencial na sala de aula ou a distância? que software tem sido mais utilizado?
- Mencionar 3 aspectos positivos que merecem destaque; -- Problemas que tenham surgido; -- Que aspectos podem ser potenciados ou melhorados, e como? -- O que têm aprendido no desenvolvimento deste trabalho (alunos e professores)? -- Possibilidade de indicação de um link para páginas WEB já publicadas ... -- ...
- O formando B coloca uma pergunta ao formando A
- O formando A responde à pergunta colocada.
- O formando C apresenta o seu trabalho (ver ponto 1).
- O formando D coloca uma pergunta ao formando C
...
Esperamos que estas ideias vos ajudem a (re)descobrir a Conversa como uma ferramenta de trabalho e estudo tão eficaz como se verifica já o ser para o convívio...
Adaptado de: ACIME (2005). Curso de Formação "Gestão da Diversidade e Comunidades de Prática" – M1 As TIC nos Projectos de Intervenção Local por Luís Pitta.
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